No início deste mês, ele foi o campeão do "The Vegas Shoot", em Las Vegas, nos Estados Unidos, torneio que lhe deu pontos suficientes para sair da 5ª posição e ultraar o então primeiro colocado, o sul-coreano Kim Woo-jin, em apenas meio ponto. O desafio, agora, é manter não somente a posição como o momento favorável, tendo a certeza de que a chance é real de fazer história nos Jogos de Paris, no ano que vem.
Marcus Vinicius, em entrevista exclusiva ao Flashscore, falou do sabor de chegar tão longe em um ano pré-olímpico, sabendo que a missão agora é tentar se manter no topo. "Liderar o ranking era um sonho, todo atleta quer chegar em um nível como este, de ser o melhor do mundo. Comigo não era diferente, trabalhei muito pra isso. Sempre soube da dificuldade, mas também acreditava que era algo possível, sendo longe ou perto de acontecer. Chegou o grande dia", comemora.
Marcus se enche de motivação ao não ver ninguém acima do seu nome, sabendo que precisa seguir no caminho de dedicação para que tal status seja mantido. Os resultados nos últimos anos comprovam seu crescimento gradativo, que renderam melhora contínua no ranking.

"Quando fui vice-campeão mundial, ganhei muitos pontos e subi bastante no ranking. Ter sido campeão de uma etapa da Copa do Mundo me colocou entre os três melhores, cheguei a cair pra quinto e decidi fazer novas provas para seguir somando pontos. Estou feliz com tudo que está acontecendo, isso me me mostra como sou forte e estou bem treinado. Sei que sou capaz e tenho, agora, mais força ainda para acreditar em mim", destaca.
Sequência positiva
Marcus foi vice do Mundial em setembro de 2021, conquistando a primeira medalha da história do Brasil no torneio. O título ficou com o rival Woo-jin, que chegou ao tricampeonato da competição na oportunidade. Em junho de 2022, foi campeão da etapa sa da Copa do Mundo e confirmou pódio inédito neste tipo de competição. Para chegar a este resultado, ele superou três campeões olímpicos.
O brasileiro é o melhor atleta de todos os tempos do país em sua modalidade, com resultados expressivos nos últimos anos. Nas Olimpíadas de Tóquio, em 2021, ficou com a 9ª colocação e igualou o melhor desempenho da história do país no evento.
Em 2019, foi prata nos Jogos Pan-Americanos de Lima, melhor posição da história do país na competição. Em 2014, com apenas 17 anos, foi prata na final da Copa do Mundo, mesma posição obtida nos Jogos Olímpicos da Juventude daquele ano.
Cabeça fria
A mentalidade em uma modalidade em que tamanha precisão é exigida é fundamental, e Marcus se divide entre várias atividades para, literalmente, acertar o alvo no momento das competições. Meditação e coaching estão presentes na sua rotina, além de sessões com um psicólogo. A concentração na hora do tiro pode determinar pontos a mais ou a menos, fazendo a diferença no resultado final.

"Treino de sete a oito horas por dia, vai além dos treinos no campo. A consistência na prova vem muito da parte mental, o tiro com arco é um esporte que demora algum tempo para se chegar no nível mais alto. É preciso ser frio e ter essa questão psicológica bem controlada. Fico feliz de seguir com vontade para aprender e amar esse esporte", sentencia.
Marcus é grato aos pontos somados na última prova, que aconteceu no formato indoor, mas não esconde sua preferência. "As competições indoor no Brasil são fracas, prefiro outdoor que, inclusive, é a do formato olímpico", explica.
