A final em Melbourne no fim de janeiro foi sua última partida no circuito da ATP. Em meados de fevereiro, houve o anúncio de um acordo com a Agência Mundial Antidoping (Wada), no qual aceitava uma suspensão de três meses para encerrar o caso de seus dois testes positivos para clostebol em 2024.
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O acordo gerou todo tipo de opinião no mundo do tênis, mas a "Sinnermania" continua viva e bem. Os torcedores italianos deixaram isso bem claro nos dias que antecederam seu retorno a Roma.
Seu primeiro treino no Foro Itálico, na segunda-feira (5), foi assistido na quadra central por 5 mil fãs. Durante 90 minutos, eles demonstraram toda sua iração e carinho.
Sinner não conseguia deixar de olhar para as arquibancadas e sorrir, entre uma jogada e outra com o tcheco Jiri Lehecka. No final da sessão, ficou mais de 15 minutos dando autógrafos.
Confira a chave completa do Masters 1000 de Roma
Mariano Navone (99º no ranking da ATP) ganhou na quinta-feira (8) o direito de ser o primeiro adversário de Sinner. O argentino venceu o italiano Federico Cinà (323º) com duplo 6-3 na primeira rodada.
Sinner, de 23 anos, será o franco favorito diante de Navone, tendo se preparado minuciosamente e com o máximo rigor.
Esqui, kart e ciclismo
Além do treino lotado, Sinner apareceu em uma coletiva de imprensa na segunda-feira, na qual insistiu que se sente "descansado", "tranquilo" e "libertado após um ano muito difícil". Ele destacou que não tem "grandes expectativas" para este torneio de retorno.
"Meu objetivo é Roland Garros (25 de maio a 8 de junho). Estou aqui para ver onde estou, para tentar ar da segunda fase, não para vencer todo mundo", disse.
Durante o restante da semana, Sinner continuou treinando na "Cidade Eterna" contra fortes rivais do circuito, como o americano Taylor Fritz e o norueguês Casper Ruud, sempre atraindo grande atenção da mídia e do público local.
Durante a pausa forçada, Sinner trabalhou em sua preparação física, mas sua falta de ritmo competitivo é talvez a maior ameaça para este Masters 1000 de Roma.
No primeiro mês de sua suspensão, ele preferiu não tocar na raquete e ou o tempo esquiando, se reconectando com o esporte de sua infância nas montanhas do norte da Itália.
Sinner também compareceu a desfiles de moda e foi visto em uma pista de kart e andando de bicicleta com amigos como o ciclista Giulio Ciccone e os pilotos Antonio Giovinazzi e Alessandro Pier Giudi.
Bolhas nas mãos
Quando voltou a treinar com a raquete, Sinner teve bolhas nos primeiros dias.
Apesar da suspensão, o italiano conseguiu se manter como número 1 do mundo, posição que ocupou por quase um ano. O vencedor de 19 torneios — três Grand Slams — espera recuperar seu impressionante nível de 2024 o mais rápido possível.
"Nos últimos cinco meses, ele só jogou em dois torneios, o ATP Finals e o Aberto da Austrália", disse Simone Vagnozzi, que treina Sinner junto com o australiano Darren Cahill.
"É um desafio mais mental do que físico ou técnico. Quando você está no circuito e vai emendando partidas, entra na quadra sem pensar muito. Agora ele vai disputar sua primeira partida pensando que tem que fazer isso ou aquilo", explicou o técnico italiano.
O que parece não ter mudado para Sinner é sua personalidade e sua tentativa de se manter discreto, apesar de ser oficialmente o melhor tenista do mundo: "Sou apenas um cara de 23 anos muito modesto que joga tênis bem. Não vou mudar o mundo".