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Após sair do Miami Open às lágrimas, Bia Haddad diz que "vai buscar solução" para má fase

Segundo a brasileira, o problema "é interno"
Segundo a brasileira, o problema "é interno"Profimedia
Beatriz Haddad Maia saiu de quadra visivelmente emocionada, nesta quinta (20), após ser eliminada na estreia do Miami Open. Esta foi a 6ª derrota consecutiva de Bia, que vive sua pior sequência no WTA tour desde que virou profissional há 15 anos.

A número 1 do Brasil foi atropelada por Linda Fruhvirtová (215ª do ranking) por 6-0 e 6-2, e deixou a quadra chorando em sua toalha.

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A brasileira vem de derrotas nas estreias em Doha, Dubai, Mérida, Indian Wells e agora Miami. Nestas seis partidas, ela ganhou apenas 1 set e levou dois "pneus”.

Bia já perdeu seis jogos de simples consecutivamente na carreira em duas ocasiões — em 2015 e em 2018 —, mas as duas secas ocorreram quando a tenista ainda disputava torneios da ITF junto com os da WTA.

O que diz Bia?

Após sua derrota em Miami, a paulistana contou à ESPN que "não tem nada para dar como desculpa".

"É uma questão minha comigo, de condução de emoção", explicou ela, acrescentando que "poderia estar me escondendo, não estar no circuito, poderia não estar me enfrentando, me expondo", mas que “vai buscar essa solução" e "sabe o que tem que melhorar".

Haddad Maia voltou a repetir que vem treinando bem, mas o bom tênis não tem aparecido nas partidas.

Bia não foi bem na temporada de quadra dura do 1º semestre
Bia não foi bem na temporada de quadra dura do 1º semestreAFP

Os números da má fase

A paulistana de 28 anos tem duas 2 vitórias (ambas no Australian Open) e 9 derrotas nesta temporada. Ela não vence um jogo de simples há 2 meses e meio.

Não são só os resultados, mas os dados de 2025 mostram que algo não está certo no jogo da brasileira. 

Seu saque está sem potência e sem confiança. São 47 duplas faltas no ano, contra 23 aces. Ela enfrentou 107 break-points em seus 116 games de saque, e foi quebrada 47 vezes.

Os pontos ganhos no 1º saque são 60%, sendo que nas últimas partidas beirou os 40%.

O retorno também não está bom, já que foram apenas 28 quebras conquistadas (25%) e 39% dos pontos ganhos no serviço rival.

Estatísticas da estreia em Miami
Estatísticas da estreia em MiamiFlashscore

Apatia em quadra

O revés diante de Fruhvirtová, de 19 anos, foi parecido com a queda na estreia em Indian Wells, contra a lucky-loser britânica Sonay Kartal (63ª).

Bia cometeu um caminhão de erros não forçados contra tenistas que apenas se preocupavam em manter a bola na quadra.

A julgar pelas partidas de dupla que vêm ganhando ao lado da alemã Laura Siegemund, o problema não é físico, nem parece técnico.

Bia também tem um novo treinador desde o início da temporada — que trabalhou com a ex-número 1 do mundo Victoria Azarenka —, e é assessorada pela psicóloga Carla di Pierro, que é do Comitê Olímpico Brasileiro.

Toda tenista do WTA tour, em algum momento, sente o peso do circuito. A má fase normalmente é mental, como corroborou a própria paulistana.

Bia completa 29 anos em maio e ainda tem, portanto, tempo de se recuperar e voltar a se sentir bem em quadra, se assim for seu desejo.

Em termos de ranking, ainda não há estrago. Ela pode sair do top 20 ao final de Miami, mas, por enquanto, está subindo para o 17º posto

Haddad Maia agora parte para a temporada de saibro.