Segundo o jornal argentino La Nación, Carlos Alcaraz (2º do mundo) recebeu US$ 900 mil para disputar o ATP 250 de Buenos Aires ano ado.
Alcaraz tinha também um contrato de 3 anos com o ATP 500 do Rio de Janeiro, que apostou no espanhol antes de ele ter conquistado o US Open. É por essa razão que Alcaraz foi o único top 10 a ter viajado para a América do Sul em três temporadas seguidas.

Neste ano, o Rio Open tinha "comprado o e” do dinamarquês Holger Rune. Ele chegou a viajar para o Brasil, mas desistiu do torneio em cima da hora por conta de lesão – e devolveu o dinheiro.
Neste ano, o evento de nível 500 do Brasil pagou para ter a presença do alemão Alexander Zverev, número 3 do mundo.
"Fora dos principais torneios, este é um mercado tipo velho oeste", contou o americano Andy Roddick, ex-número 1 do mundo, em seu podcast. Roddick revelou também que recebeu meio milhão de dólares para disputar um torneio de exibição em Abu Dhabi em 2009.

“Na maioria das vezes, o prêmio do torneio é menor do que ganhava só para dar as caras", lembrou Roddick.
Em Buenos Aires, Alcaraz recebeu “apenas” US$ 33 mil por ter perdido na semifinal, contra os US$ 900 mil que supostamente embolsou pelo convite.
O ATP 500 de Viena, na Áustria, teria desistido de convidar o astro espanhol depois que seu time cobrou 750 mil euros pela visita.
Negócio de elite
Esse pagamento antecipado é chamado no circuito de “taxa de aparição", e é praticado tanto no ATP quanto no WTA tour.
Jogadores que não são considerados estrelas mundiais, não ganham nada. Um número 30 do mundo, por exemplo, entra num torneio de nível 250 porque precisa dos pontos do ranking e do prêmio em dinheiro que o evento oferece pelos resultados.
As comissões chegaram a custar US$ 2 milhões para as lendas Roger Federer e Rafael Nadal, quando eles ainda estavam no circuito.

“Roger tinha um contrato vitalício com o ATP de Halle, na Alemanha, que provavelmente rendeu a ele milhões e milhões de dólares”, afirmou Andy Roddick.
“Há também muitos exemplos de tenistas recebendo comissão para aparecer, eles viajam, mas não se esforçam para competir, o que é um problema”, completou o ex-tenista.
Os promotores dos eventos 250 e 500 estão cientes que nomes grandes atraem mais mídia e mais público, portanto a prática é amplamente aceita no meio.