Até lá, resta ao atacante seguir fazendo bem sua parte para ajudar seu time, 6° colocado no Campeonato Turco, e chamar atenção de possíveis interessados, sejam eles clubes de dentro ou fora do Brasil. Até agora, são 6 gols e 4 assistências em 12 jogos.
Em entrevista exclusiva ao Flashscore, Rômulo fala da tomada de decisão para deixar o Brasil, da adaptação a um outro ambiente - dentro e fora de campo - e dos aprendizados e projeções para o futuro.
Confira abaixo:
Conta pra gente um pouco da sua trajetória antes de chegar ao Goztepe...
Comecei na base do Maringá e fui emprestado com o Campeonato Paranaense ainda em andamento. No começo foi difícil me adaptar ao Athletico-PR, mas quando se muda, é assim mesmo no início. A estrutura deles é fantástica, supera muitos times da Europa, não tenho nada a reclamar sobre isso.
Por que a base do Athletico-PR é considerada uma das melhores do Brasil?
Pela estrutura, a qualidade de alojamento, chuveiros, cama, comida e campos é fantástica. Quando isso acontece, o clube tem tudo para colher os frutos lá na frente.
Como foi a decisão de deixar o Athletico-PR?
Não foi fácil, estou do outro lado do mundo. No começo, a gente fica assustado mas, pensando na carreira, foi bom pra mim. Sofri com algumas lesões no Athletico, perdi espaço e precisava de novos ares para buscar uma maior minutagem e ter mais confiança. Foi exatamente isso que encontrei aqui no Goztepe.
O que chamou sua atenção na chegada à Turquia?
Os campos de treinos e jogos. A qualidade é excelente, algo sem a mesma proporção do Brasil. A língua também é muito diferente, cheguei falando pouco o inglês e isso me atrapalhou um pouco no começo. Agora estou fazendo aulas com minha esposa duas vezes por semana, já consigo me comunicar bem melhor.
O fanatismo da torcida também chama atenção. Nossos jogos dentro de casa estão sempre cheios, fora de casa nossa torcida também comparece. Isso é algo comum mesmo nos times de menor expressão.
Na vida pessoal, teve um aspecto curioso. Alguns prestadores de serviço, como alguém da piscina e do jardim, não aparecem no dia marcado. Eles chegam em outro dia, não falam nada, fazem seu serviço e vão embora, sem falar nada.
Aí também tem campos sintéticos como na Ligga Arena?
Até agora joguei somente em campos naturais. O do Athletico tem uma porcentagem de grama natural, considero o gramado de lá até melhor do que o do Palmeiras.
O que dizer da boa fase do time?
Os pontos em casa nos ajudaram muito, tivemos um bom aproveitamento diante da nossa torcida. Precisamos melhorar nosso desempenho fora de casa, é uma tecla que temos batido com alguma frequência por aqui. Seria muito bom alcançar alguma competição europeia na próxima temporada e temos conseguido nos manter nesta zona de classificação.
Nosso técnico sempre reforça que os primeiros defensores são os atacantes, busco sempre tentar ajudar o time nesta parte também.
Estamos no meio da temporada e você já superou o número de gols marcados na última temporada. O que tem feito a diferença?
Isso é trabalho do grupo. Temos um elenco jovem, todos tentaram me ajudar na parte da comunicação, algo que sou grato. Os novos jogadores qualificaram bem o time e o reflexo disso são os números.
Enfrentou algum jogador que ira bastante?
Contra o Fenerbahçe, enfrentei o Dzeko, um cara que eu sempre brinquei no videogame. O Tadic, que era do Ajax e o Maximim, que já atuou na Premier League, também são algumas referências que tive por aqui como adversários.
Conseguiu acompanhar a campanha do Athletico-PR?
Por causa do fuso, não é muito fácil assistir aos jogos ao vivo. Contra o Atlético-GO, o horário me ajudou e pude ver. A campanha não foi a ideal, acho que as trocas de técnico não ajudaram, alguns ficaram pouco tempo e os atletas podem ter tido dificuldade para assimilar a filosofia de quem chega.
É um clube ao qual sou muito grato e fiquei triste pelo rebaixamento, uma situação que me incomodou bastante.
Você tem contrato até o final da atual temporada, com opção de compra por parte do Goztepe? Pretende ficar por aí?
O futuro a Deus pertence. Se o Goztepe me adquirir, eu fico. Também posso voltar ao Athletico, se o clube desejar meu retorno, mesmo que seja para a Série B.
Quais os técnicos mais marcantes na sua carreira?
Fui treinado pelo Rafael Guanaes na base, ele me ensinou importantes valores não só da vida profissional como pessoal. O técnico do Goztepe, o búlgaro Stanimir Stoilov, também é muito bom, gosto da forma como ele trabalha.