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Leonardo Jardim explica opção pelo Cruzeiro e expectativas: “Temos que entregar mais”

Leonardo Jardim vai avaliar os jogadores no dia a dia dos treinos
Leonardo Jardim vai avaliar os jogadores no dia a dia dos treinosGustavo Aleixo/Cruzeiro
O Cruzeiro apresentou nesta segunda-feira (10) seu novo técnico, Leonardo Jardim, que já realizou o primeiro treino com o elenco. O português deixou o Al-Ain, dos Emirados Árabes, por motivos pessoais e encontrou no Cabuloso a oportunidade de enfim comandar uma equipe no Brasil, um objetivo da carreira.

"Falei com o Pedro (Lourenço), com o Alexandre (Mattos), que apresentaram um projeto interessante, sabendo que o Maior de Minas tinha um projeto em mãos que poderia ser do meu interesse. Aceitei. Não é financeiro, é uma opção de vida vir ao Brasil, que é o país do futebol, o país com mais talentos no mundo", elogiou.

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Após quase quatro anos no Oriente Médio, com agens por Al-Rayyan, do Catar, Shabab Al-Ahli, dos Emirados Árabes, e Al-Hilal, da Arábia Saudita, Jardim chega ao Cruzeiro com a expectativa de aumentar a competitividade do time mineiro e alcançar outros clubes que cresceram recentemente.

Acho que no futebol brasileiro dos últimos anos, principalmente as equipes que ganharam campeonatos e Libertadores, a grande diferença foi a intensidade. Foi o caso do Palmeiras, Flamengo e, agora, Botafogo. Eles conseguiram ter talento e intensidade de jogo”, afirmou o técnico.

"O que eu pretendo e posso prometer é trabalhar para criar uma equipe competitiva, que tenha uma atitude, em todos os jogos, de busca por resultados e vitórias. Uma equipe que respeita a história do clube e os torcedores. Quero ar da fase negativa, não vai ser da noite pro dia, mas vai ser um processo de crescimento”, garantiu.

Visão do clássico

Leonardo Jardim contou que acompanhou as últimas partidas do Cruzeiro, mas ainda tem muito o que aprender e entender sobre os jogadores para dar qualquer atualização sobre quem fará parte dos planos iniciais. O português também avaliou a derrota para o Atlético-MG (2 a 0) no último domingo (9), em que Gabigol foi expulso aos 30 minutos do primeiro tempo.

“O clássico com o Atlético-MG teve dois momentos: antes e depois da expulsão. Acho que por isso que o adversário ganhou. Espero que possamos fazer melhor no futuro, viver essa experiência, aprender com os erros e melhorar a equipe para ter jogos que a torcida merece”, afirmou.

“Ontem saí do jogo triste por causa do resultado, mas principalmente pelos 64 mil que estavam lá torcendo. Foi espetacular vê-los apoiar a equipe e ir ao estádio. Por isso, hoje, uma das minhas palavras para os jogadores foi ‘temos que entregar mais porque aquelas pessoas merecem'”, completou.

Avaliação no dia a dia

Para Jardim, um dos motivos de vir para o Brasil foi precisamente a cultura do futebol, dos torcedores apaixonados e do jogar para ganhar. O técnico de 50 anos disse que “fez o dever de casa” e pesquisou mais sobre o Cabuloso quando as negociações começaram. Mesmo assim, explicou que ainda precisa de tempo para conhecer e adaptar os jogadores às suas ideias.

“Uma coisa é ver vídeos, outra é sentir em campo e trabalhar com eles. Ver a qualidade e o perfil de cada jogador pessoalmente. Tenho que me adaptar um pouco ao elenco que temos. Gosto de uma equipe que tenha a bola; com transição rápida, se tiver espaço; uma mudança de lado, se os adversários ocuparem os corredores; que consiga se posicionar e ser compacta”, detalhou.

“Temos que trabalhar essas várias ideias no jogo, que não é só de um time. Pode ter variáveis. Não acredito em somente um plano, de manter independente do que o adversário faça. Os meus jogadores têm que ter essa cultura tática de saber qual o momento para tomar as melhores decisões em relação ao jogo”, declarou Jardim.

Elenco cabuloso

Em uma análise do elenco atual, para uma temporada com calendário cheio, o novo treinador não revelou muitas opiniões, mas comparou o Cruzeiro ao ex-clube Monaco

“Eu não acredito em ‘uns’ jogadores, acredito em um elenco. Já falei com eles e criei competitividade dentro do grupo. Não podemos ter apenas alguns, sabemos que a torcida às vezes quer que joguem só os mesmos, mas precisamos ter uma equipe competitiva, com opções para cumprir o calendário e o número de jogos para todas as competições”, disse. 

“Temos um grande elenco, bons jogadores, alguns mais experientes. Me lembra um pouco do Monaco quando cheguei, com alguns veteranos e os jovens evoluindo. Tenho uma queda pela construção de novos jogadores”, acrescentou.

Leonardo Jardim afirmou que o clube está em busca de um substituto para o zagueiro João Marcelo, que aguarda uma cirurgia para lesão no joelho. O técnico também disse que qualquer decisão será feita em conjunto com a diretoria e a comissão.

Negociação

Jardim foi apresentado ao lado de Pedro Lourenço, dono da SAF do Cruzeiro, e Pedro Júnio, vice-presidente. Pedrinho relatou que a escolha do treinador em aceitar a proposta foi técnica, não financeira, e teve concorrência na negociação com o português.

"Não foi fácil essa luta para trazer um técnico da envergadura do Jardim. É muita concorrência, mas nas conversas ele optou por vir ao Cruzeiro. Não foi pelo dinheiro. Ele não veio por ser a melhor oferta, veio porque achou interessantes as conversas, o que nós pensamos de futebol. Ele preferiu vir para o Cruzeiro", garantiu.

"Desde o início as conversas foram transparentes, e nós temos confiança de que fizemos a melhor escolha. Certeza plena de que vai fazer um grande trabalho. Vai ter tempo para trabalhar, está pegando locomotiva andando, mas com a experiência que tem, vai conduzir bem nossos jogadores", completou.