Durante a sua participação no Coimbra Football Congress 2025, evento realizado neste sábado (22) em Coimbra, o treinador português abordou os desafios dos últimos meses no comando da equipe italiana.
"Queria ir para um dos campeonatos mais fortes do mundo. Tenho o sonho e objetivo de vencer a Liga dos Campeões e foi por isso que escolhi o meu atual clube", disse Conceição.
"Sabia as dificuldades que ia encontrar, num contexto em que não escolhi o plantel, em que não tenho tempo para treinar e com obrigação de vencer. Ainda assim, é um clube histórico, que me pode dar a possibilidade de estar mais perto de um dos objetivos que tenho para a minha carreira, isto depois de ter conquistado tanto em Portugal", declarou o técnico, de 50 anos, naquela que foi a sua primeira aparição pública após sair do FC Porto, um ponto que fez questão de destacar.

Na sua terra natal, o treinador discursou num sobre identidade de jogo. Durante sua palestra, Conceição recordou o tempo em que esteve à frente do Porto, enaltecendo Diogo Costa.
"Atualmente, todos gostam de construir a partir de trás. Eu também gosto de sair jogando, mas para isso é necessário jogadores que permitam isso. No Porto tive um goleiro fantástico, que fazia com que isso fosse possível, e no Milan também tenho", afirmou.
A exigência por resultados imediatos foi um dos pontos centrais do discurso de Sérgio Conceição. O treinador destacou como o desempenho de uma equipe pode ser determinado por pequenos detalhes, usando o seu caso no Milan como exemplo.
"Em 30 dias, fizemos nove jogos. Não tivemos tempo para treinar, tornando extremamente difícil colocar a minha identidade na equipe", explicou, antes de comentar sobre a polêmica que agita o futebol italiano.

"Depois de termos ganho a Supercopa diante da Inter, empatamos com o Cagliari, com um erro individual, que acontece. Desde esse momento, todos os dias surgem novos treinadores para o clube".
Sérgio Conceição foi ainda desafiado a deixar um conselho aos jovens presentes e recordou as dificuldades que enfrentou no ado.
"Um treinador não tem de saber apenas de futebol. Quem só percebe o futebol, não percebe nada. Durante um período da minha vida, tive de ajudar a família em termos econômicos. Fui ajudar um primo com vendas. Era introvertido, mas esse período fez de mim o papagaio que sou hoje. Vivam uma vida de forma apaixonada e agarrem-se a todos os momentos e oportunidades de suas vidas", aconselhou.