O Flashscore fez uma análise dos pontos fortes de Atlético-MG e Botafogo nesta grande decisão. Os mineiros querem o bicampeonato e retornam à final depois da inédita conquista em 2013. Já os cariocas sonham em levantar pela primeira vez a taça de campeão da Libertadores.
Confira a tabela da Copa Libertadores no Flashscore
Veja abaixo a análise:
Experiência a favor do Atlético-MG
O Atlético-MG possui jogadores mais tarimbados, com perfil decisivo e campeões da Copa Libertadores, como os casos de Gustavo Scarpa, Deyverson e Bernard. Mesmo que jamais tenha conquistado a competição continental, Hulk é, sem dúvidas, um dos astros desta final em solo argentino e já venceu todos os títulos possíveis em âmbito nacional desde o seu retorno ao futebol brasileiro. Ele agora quer a consagração internacional.

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O momento arrebatador do Glorioso
Enquanto o Atlético-MG chega à decisão acumulando 10 jogos consecutivos sem vitórias, o Botafogo provou o seu valor, especialmente no aspecto mental, em um jogo decisivo com o Palmeiras nessa terça-feira (26) pelo topo do Brasileirão. A vitória em pleno Allianz Parque mostrou um time ainda mais preparado para momentos de pressão. O Glorioso soma apenas uma derrota nos últimos 20 jogos em todos os torneios.

As opções de Milito
Milito vem atuando com um esquema de três zagueiros e dois alas de muita qualidade: Guilherme Arana de um lado, e Gustavo Scarpa do outro. Ter essa válvula pelas beiradas pode impor dificuldades e fazer com que um dos pontas do Botafogo ajude mais na marcação para evitar as espetadas do Galo. Com a possibilidade de um ataque com Hulk, Paulinho e Deyverson, basicamente o clube mineiro pode atacar com cinco jogadores, povoando o centro de ataque e obrigando o adversário a se segurar com até quatro defensores.

A armadilha do Botafogo
Se o Botafogo conseguir furar a linha defensiva do Atlético-MG, Milito encontrará problemas. No jogo do Independência, onde o 0 a 0 se manteve, o técnico argentino optou por uma formação mais voltada a conter as progressões do time carioca, permitindo quase que a posse de bola total por parte do oponente e forçando os levantamentos para a área. O meio de campo estava completamente congestionado e os pontas do Botafogo encontraram problemas, enquanto o Atlético-MG apostava em uma bola longa para tentar machucar o rival.

Funcionou no Independência, com uma equipe desfalcada e com outras prioridades. Mas será que Milito repetirá o mesmo expediente? É uma estratégia arriscada porque o Botafogo, ao longo da temporada, mostrou-se também ardiloso ao enfrentar adversários mais recuados. E quando o conseguiu, a armadilha estava armada, com o quarteto ofensivo do Glorioso levando a melhor em uma marcação individual.
Alguns setores da defesa atleticana preocupam, como o lado direito onde está o lateral-esquerdo Guilherme Arana. No mano contra Luiz Henrique, o jogador do Galo pode sair em desvantagem. Além disso, Igor Jesus é um atacante bastante móvel e pode geral espaços dentro da linha defensiva alvinegra.
O fator Deyverson
Deyverson já marcou gol de título da Libertadores e realmente é íntimo do torneio continental. Acionado por Milito no jogo da volta das quartas de final contra o Fluminense, ele entrou para determinar a classificação, indo às redes em duas oportunidades.
Contra o River Plate, Deyvinho participou dos três gols do imponente resultado de 3 a 0 sobre os argentinos na Arena MRV, em Belo Horizonte.
No total, ele já possui quatro tentos no torneio e pode ser também uma arma defensiva na tentativa de impedir os es dos zagueiros do Botafogo e também limitar a ação de Gregore na tentativa de quebrar linhas.
Um Botafogo letal
O Botafogo não vai fugir de suas características e não negociará seu estilo de jogo, mesmo disputando uma final. Os comandados de Artur Jorge buscarão o controle da posse de bola e vão atacar. Uma vez com a ferida do oponente aberta, o Botafogo se torna um "tubarão sentindo o cheiro de sangue". Essa letalidade torna-se um perigo para qualquer oponente, porque uma vez que a porteira se abre, fica difícil parar o Glorioso.

Everson: o paredão
O goleiro Everson tem se mostrado um dos grandes personagens do Atlético-MG nesta temporada. Tê-lo atuando em alto nível é um trunfo do clube mineiro em uma final que pode ser decidida nos detalhes. Mesmo que o Galo não tenha conseguido conquistar a Copa do Brasil diante do Flamengo, Everson foi realmente o fator que evitou uma goleada por parte da equipe carioca. No 0 a 0 contra o Botafogo, no Horto, ele também fez boas intervenções. Ou seja, a parte dele está sendo feita.

Uma seleção
O Botafogo pode não ter os jogadores campeões e experientes que o Atlético possui, mas a fase do time é excepcional e reflete nas convocações de várias peças do elenco para suas respectivas seleções nacionais. O argentino Thiago Almada foi campeão mundial em 2022, no Catar. Savarino é um dos destaques da Venezuela e pode aplicar a temida lei do ex, já que defendeu as cores do Galo anteriormente. O ataque do Botafogo, com Luiz Henrique e Igor Jesus, integra também a Seleção Brasileira de Dorival Júnior. As conquistas individuais só reforçam a força do coletivo botafoguense.

Adendo: o histórico
No confronto direto entre as equipes, o Botafogo leva vantagem sobre o Atlético Mineiro. Em 115 jogos, o Fogão registrou 52 vitórias, contra 36 do Galo. Houve ainda 27 empates.
Em se tratando de competições internacionais, o Botafogo eliminou o clube mineiro na semifinal da Copa Conmebol de 1993. Na ida, o Glorioso foi derrotado por 3 a 1, mas conseguiu a remontada na partida da volta, quando triunfou por 3 a 0. O time da Estrela Solitária foi campeão daquela competição.