A IBA "novamente fez acusações infundadas que são falsas e ofensivas, usando-as para promover sua agenda", disse Khelif em uma declaração publicada nesta terça-feira (11) nas mídias sociais.
"Essa é uma questão que diz respeito não apenas a mim, mas aos princípios mais amplos de justiça e devido processo no esporte", acrescentou.
No início desta semana, a IBA disse que abrirá um processo contra o COI por incluir Khelif e Lin Yu-ting, de Taiwan - que também ganhou o ouro - nos Jogos Olímpicos do ano ado em Paris.
A IBA, liderada por Umar Kremlev, um oligarca russo ligado ao Kremlin, foi excluída do movimento olímpico em 2019 por irregularidades financeiras e éticas.
Como resultado, o COI organizou o boxe em Paris. Nem Khelif nem Lin Yu-ting são mulheres transgênero. Ambas nasceram e foram criadas como mulheres, que é como estão registradas em seus aportes.
No entanto, a IBA as impediu de participar de seus campeonatos mundiais de 2023 depois de dizer que elas não aram nos testes de elegibilidade de gênero por serem portadoras de cromossomos XY.

Em sua declaração anunciando a ação judicial, a IBA vinculou sua ação à ordem executiva do presidente dos EUA, Donald Trump, na semana ada, que busca proibir a participação de atletas transgêneros em esportes femininos.
O COI disse à AFP que a ação judicial da IBA fazia parte de uma "campanha contra o COI que está em andamento desde que seu reconhecimento foi retirado pelo COI por questões relacionadas à governança, julgamento e arbitragem, bem como questões relacionadas às suas finanças".
Khelif e Yu-Ting "nasceram como mulheres, foram criadas como mulheres e competiram na categoria feminina durante toda a sua carreira no boxe", afirmou.
"Elas também competiram no Campeonato Mundial da IBA e em torneios sancionados pela IBA antes de se tornarem vítimas de uma decisão repentina e arbitrária da IBA."
Khelif disse na declaração que "buscará todas as vias legais disponíveis para garantir que a justiça prevaleça". "Já ei por adversidades antes", disse ela. "Mas nunca me deixei abater".
"Não vou a lugar nenhum", acrescentou. "Lutarei no ringue, lutarei nos tribunais e lutarei aos olhos do público até que a verdade seja inegável."